Cartas brancas




Tenho vários nomes. 
Vários destinos. 
Talvez nenhuma utilizade. 
Tenho muitas cicatrizes, também...
Não sou a escolhida, 
acho que nunca vou salvar o mundo
nem ter a chance de destruí-lo,
então não devo ser muito importante. 
Já fui traída uma porção de vezes. 
Muitas dessas vezes, 
por que eu nem cogitava a possibilidade de ser traída.
Talvez eu esqueça que as pessoas que eu gosto
também são humanas
e, se precisarem, ou ao menos se quiserem, 
vão acabar comigo sem nem perceber. 
Gosto de sentir frio 
e da esperança de ser acalentada que ele trás.
É normal que nada disso faça sentido pra você; 
Pois nem pra mim faz. 
Mas sabe como são essas coisas… 
essas coisas de não ter chão. 
De ter mil demônios e nada temer em vida,
de querer sentir que alguma coisa faz sentido. 
De não gostar das coisas que não consigo explicar porquê não sinto.
Eu deveria dar o troco no mundo, eu sei, pois ele me falhou
– quem sabe um dia eu não o faça; 
quem sabe esse não seja meu jeito de o fazer. 
Mas todo mundo só quer saber de poesia em pílula, 
de mensagens rápidas, de menos de um minuto, 
e dessas coisas imbecis que pouco nos adicionam…
não querem cura nem alimento pr’alma: 
E pra essas pessoas
  - seres humanos - como eu 
não importam 
nem são coisas que valham a pena,
porque afinal, como é que hão de entender-me? 
Parto, agora. 
Não deve ser coisa boa que me faz dizer assim o que penso
tão espontaneamente.

Calos da alma.



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