A mulher selvagem em quase tudo é uma mulher comum:
Acorda cedo, leva filho pra escola, vai pra academia,
trabalha, sai com as amigas, aproveita as promoções,
vai pro supermercado, bota o lixo para fora
e tem dia que desiste de sair porque se acha um trapo.
Porém em tudo que faz exala um frescor de liberdade.
E também dá arrepios:
você tem a impressão que viu uma loba na espreita.
você tem a impressão que viu uma loba na espreita.
Você se assusta, olha de novo...
e quem está ali é a mulher doce e simpática,
ajeitando dengosa o cabelo, quase uma menininha.
Mas por um segundo você viu a loba, viu sim.
É ela, a mulher selvagem.
A sociedade tenta mas não pode domesticá-la,
A sociedade tenta mas não pode domesticá-la,
ela se esquiva das regras.
Quando você pensa que capturou,
escapole feito água entre os dedos.
Quando pensa que finalmente a conhece,
ela surpreende outra vez.
Tem a alma livre e só se submete quando quer.
Por isso escolhe seus parceiros entre os que cultuam a liberdade.
E como os reconhece?
Como toda loba, pelo cheiro.
Por isso é bom não abusar de perfumes.
Seu movimento tem graça, o olhar destila uma sensualidade natural
- mas, cuidado, não vá passando a mão.
Ela é um bicho, não esqueça.
Gosta de afago mas também arranha."
Ricardo Kelmer por Serena